quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

E quando a saudade bate..


E eu sinto saudades, além da saudade de você, eu sinto falta do que a gente se tornou quando estava junto, quando você me abraçava e não largava até eu dizer que estava me sufocando, porque você é alto demais e eu sou seu oposto, uma “pequena menina” como você me chamava, e que saudades de quando você me abraçava-e-me sufocava-no-teu-peito-me-chamando-de-minha-pequena-menina-bem-baixinho-perto-do-meu-ouvido. Assim, tudo ao mesmo tempo.

Não era um sufoco ruim, eu amava teu cheiro, aquele perfume que eu te ajudei a escolher quando saímos naquele domingo tedioso e que eu sei que você continua usando. Sentia teu cheiro e deitava no teu peito que era minha morada preferida nas manhãs de sol e nas tardes de chuva – que você sempre soube que eu detesto- e nas noites com seu calor, que era o meu predileto.
Tudo que a gente fazia era perfeito ao meu ver, as nossas brincadeiras a qualquer momento em qualquer lugar. Passávamos por loucos perto dos outros, mas mal eles sabiam que éramos felizes, que você me fazia feliz da forma mais verdadeira que existe. E que eu tentava retribuir da mesma forma.
Éramos felizes, do nosso jeito, sem ninguém opinar sobre o que fazíamos ou deixávamos de fazer.
Eu gostava de quando você bagunçava meu cabelo e depois arrumava ele, eu não conseguia ficar irritada por muito tempo, você sempre dava um jeito de me fazer rir.
Eu me lembro perfeitamente de cada uma de nossas conversas, as escandalosas e as sussurradas. Tua mão na minha, sempre, me passava toda segurança que eu precisava pra acreditar que teríamos um futuro juntos. Nada me deixava pra baixo, somente a saudade de você. Você me fez tão bem e tão mal, que me dá vontade de chorar sorrindo, porque você me fez bem mesmo me fazendo mal às vezes.
Eu aprendi com você, eu te ensinei muitas coisas também, disso eu tenho certeza, afinal conviver é aprender.
Eu tenho saudades sim, mas não posso negar que agora estamos bem melhores assim, cada um seguindo sua vida.
Mas não posso negar que no fundo, eu sinto saudades.

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